Em obras desde dezembro de 2009, sede do Governo do Rio resgata pisos e azulejos do século 19
O Palácio Guanabara, sede do Governo do estado do Rio de Janeiro, após dois anos de reformas foi reinaugurado oficialmente. Durante visita guiada, alguns jornalistas puderam conferir a mais completa reforma do edifício histórico, que revelou detalhes antes encobertos pelo tempo, como pisos e azulejos do século XIX.
Iniciada em dezembro de 2009, a obra resgatou uma parte da história do estado e aliou modernidade, com projetos de acessibilidade e sustentabilidade, à originalidade do antigo palacete, que voltou a ter a cor ocre em suas fachadas.
– O Palácio Guanabara é um patrimônio histórico e arquitetônico extraordinário do Rio de Janeiro que temos a alegria de devolver, completamente restaurado, à população. A conclusão dessa reforma é mais uma etapa do trabalho que temos feito, em diversas áreas, de recuperação do nosso estado – afirmou o governador Sérgio Cabral.
Orçada em R$ 19,2 milhões e patrocinada pelas empresas Petrobras, Embratel, AmBev, Light, Ampla, CEG e Coca-Cola, a restauração do Palácio Guanabara expôs tesouros históricos. O piso ‘pé de moleque’, original de 1865, ganhou um piso de vidro e agora pode ser visto pelos visitantes na sala VIP. Também foram encontrados, durante as obras, pisos de mosaico originais de 1908.
– Debaixo do cimento, encontramos azulejos do século 19 e também pisos da época da escravatura e de quando a Princesa Isabel ainda morava aqui. Colocamos uma proteção de vidro em alguns trechos para que as pessoas possam ver como era o piso original – contou o secretário-chefe da Casa Civil, Regis Fichtner.
A reforma, realizada em conjunto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), também modernizou o prédio histórico, que começou a ser construído em 1853. Além da instalação de um sistema de ar-condicionado central, o palácio ganhou um elevador e banheiros adaptados para portadores de necessidades especiais. Buscando a sustentabilidade, foi implantado um sistema de captação de águas da chuva e a nova iluminação da fachada será feita com lâmpadas LED, mais econômicas.
Nas obras do palacete, foram incluídas ainda a restauração das cúpulas francesas, a troca dos sistemas hidráulicos e elétricos e reforma de telhados, pisos e paredes. Um dos mais importantes destaques foi a recuperação dos jardins, dos chafarizes e das esculturas. O mobiliário e o acervo de obras de arte também foram restaurados. Entre os 42 quadros recuperados, destacam-se “A morte de Estácio de Sá”, de Antônio Parreiras, e “Abdicação de D. Pedro I”, de Aurélio Figueiredo.
O Palácio Guanabara e seu jardim haviam sido reformados pela última vez em 1920. Na ocasião, a obra foi feita para a visita dos reis da Bélgica Alberto e Elizabeth ao Brasil. O estado prevê oferecer visitação guiada pelo palacete de Laranjeiras. O serviço não tem data para começar.